segunda-feira, 5 de abril de 2010

TROCA DE DÍVIDA AGITA O MERCADO

Bancos e financeiras oferecem linhas para refinanciamento de débito, com juros a partir de 1,42% ao mês. O prazo de pagamento pode chegar a 30 anos. Maioria das instituições empresta até 50% do valor de avaliação do imóvel

Trocar dívida mais cara por outra mais em conta começa a ganhar mais adeptos no País. O dinheiro do empréstimo pode ser usado para adquirir o segundo imóvel, bancar a universidade do filho e viajar, entre outros. A modalidade exige que seja dado um bem como garantia para a operação. O pioneiro no modelo foi o Banco Panamericano, que opera a linha AutoPan, de refinanciamento de veículos.

A supervisora Rosa Lopes, da loja BM Sua Casa no Centro, diz que procura pelo sistema tem aumentado | Foto: Deisi Rezende / Agência O Dia

Para quem já tem imóvel e precisa levantar dinheiro para uma emergência ou até mesmo ampliar o patrimônio, existem vários bancos que oferecem a linha desde que o imóvel fique como garantia da instituição financeira. A BM Sua Casa, do Grupo Brazillian Mortgages, foi a primeira a operar com essa caução no País, em maio de 2007.

A taxa de juros é de 1% ao mês mais IGP-M (Índice Geral de Preço Mercado). O prazo para pagar pode chegar a 30 anos. A instituição financia até 50% do valor do imóvel.

Segundo o diretor da BM Sua Casa, Elyseu Mardegan, os juros são competitivos se comparados ao que se cobra no cheque especial, cartão de crédito e crédito pessoal. “Nosso cliente é a classe média. O valor médio dos contratos é de imóveis com valores entre R$ 200 mil e R$ 300 mil. O refinanciamento médio é de R$ 150 mil”, afirma o executivo.

Ele ressalta que o modelo é diferente do usado nos Estados Unidos — grande vilão da crise financeira mundial. “Lá fora, os bancos financiavam até 150% do valor do imóvel. Isso aqui não existe. Nossa operação é saudável, já que emprestamos a metade do valor do bem”, esclarece Mardegan.

ENGATINHANDO

De acordo com o presidente da Secif-RJ (Sindicato das Financeiras do Rio), José Arthur Assunção, esse processo ainda está engatinhando no Brasil. “Ainda é novidade e as pessoas estão tomando conhecimento do novo produto bem devagarinho. O modelo precisa ser mais divulgado”, comenta Assunção. Dados da Febraban revelam que, desde que foram permitidas, em 2006, as transações feitas por meio da portabilidade movimentaram ao todo R$ 349 milhões.

Juros a partir de 1,42% ao mês

O Santander e o HSBC também atuam no refinanciamento de dívida. Os dois bancos utilizam a hipoteca como garantia. Isso significa que o cliente entrega o imóvel como garantia de um empréstimo de uso livre. As instituições não aceitam imóveis que ainda não tenham sido quitados.

No Santander, as taxas de juros variam entre 1,55% e 1,6% ao mês.

O HSBC oferece linha de empréstimo — Crédito Casa — que usa um imóvel residencial que está em nome do cliente como garantia de pagamento. Com risco menor, a taxa de juros é reduzida: 1,42% ao mês. O valor mínimo do financiamento é de R$ 20 mil e o máximo, de R$ 200 mil. O empréstimo chega a 50% do preço de avaliação do imóvel. O prazo de pagamento varia de 12 (um ano) a 84 meses (sete anos). Para Antonio Barbosa, diretor de Crédito Imobiliário e Consórcio do HSBC, o Crédito Casa é uma boa opção para clientes que desejam recursos para a realização de projeto pessoal ou para refinanciar suas dívidas.


Fonte http://odia.terra.com.br/portal/economia/html/2010/4/troca_de_divida_agita_mercado_73021.html
CRISTIANE CAMPOS

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